Polícia Civil desmantela golpe milionário de falso financiamento em Maceió
23/10/2025
(Foto: Reprodução) Operação Contrato Cego mira organização criminosa por enganar milhares de vítimas com contratos de consórcio disfarçados de financiamentos imobiliários.
Reprodução/PC-AL
A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (23) a Operação Contrato Cego, que desmantelou uma organização criminosa envolvida em um 'sofisticado' golpe do falso financiamento imobiliário. O esquema fraudulento lesou centenas de famílias alagoanas e milhares de vítimas em todo o Brasil, resultando em um prejuízo milionário.
A investigação identificou 3.734 processos judiciais em todo o Brasil, sendo 120 em Alagoas, com evidências de lavagem de dinheiro e crimes organizados.
A ação foi coordenada pelos delegados Dalberth Pinheiro e Michelly Santos, titular e adjunta da Delegacia de Estelionatos.
Estrutura do golpe e prejuízo
A investigação revelou a atuação de uma empresa de consórcios e seus representantes que, utilizando anúncios fraudulentos, inclusive nas redes sociais, atraíam vítimas com promessas falsas de entrega imediata de imóveis mediante o pagamento de uma entrada via Pix ou TED.
As pessoas eram induzidas a assinar contratos de consórcio disfarçados de financiamentos, sem garantias de contemplação.
Dois homens foram presos, 25 e 34 anos, nos bairros do Benedito Bentes e Santa Lúcia, na parte alta de Maceió.
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A delegada Michelly Santos destacou a amplitude do crime, definindo-o como um estelionato em massa. "Temos conhecimento de 3.734 processos judiciais em todo o Brasil, sendo 120 apenas em Alagoas, o que evidencia a organização criminosa com funções determinadas. Eles criaram escritórios para enganar pessoas, muitas em situação de vulnerabilidade financeira, que perderam suas economias de uma vida inteira na ilusão da casa própria", afirmou. A omissão de informações essenciais viciava o consentimento das vítimas, caracterizando os crimes de estelionato (art. 171 do Código Penal), crime organizado e lavagem de dinheiro.
Prisões e apreensões
A operação cumpriu dois mandados de prisão e oito mandados de busca e apreensão domiciliares. Dois homens, de 25 e 34 anos, foram presos nos bairros do Benedito Bentes e Santa Lúcia, na parte alta de Maceió. As buscas ocorreram também na Jatiúca, Farol e Serraria, resultando na apreensão de materiais importantes para a continuidade das investigações.
O delegado Dalberth Pinheiro afirmou que a investigação já perdurava há meses, motivada por denúncias de cerca de 30 Boletins de Ocorrências e destacou a periculosidade dos suspeitos. "Os indícios apontam para um grande problema social causado por suspeitos que são perigosos e já possuíam prisões anteriores", alertou.
CONTRATO CEGO
A Operação "Contrato Cego" refere-se à cegueira induzida no momento da contratação, onde o engano era parte estruturante do golpe.
O grande efetivo utilizado na ação contou com a participação de diversas unidades da PCAL, incluindo a Diretoria de Repressão e Combate ao Crime Organizado (DRACCO), Diretoria de Inteligência Policial (DINPOL), CORE, OPLIT, DERC, GEAI e DEA, demonstrando a complexidade e a extensão da investigação.
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