Polícia investiga atuação de facção internacional na morte de migrantes venezuelanos em RR

  • 23/10/2025
(Foto: Reprodução)
Autoridades investigam atuação de facções venezuelanas em Roraima A polícia de Roraima investiga a atuação de uma organização criminosa internacional nas mortes de migrantes venezuelanos em Boa Vista. De janeiro até o início de outubro de 2025, mais de 50 migrantes foram vítimas de homicídios e tentativas de homicídio na capital. Relatórios de inteligência, à que Rede Amazônica teve acesso, apontam que integrantes da Tren de Aragua disputam o controle do tráfico de drogas em diferentes áreas da capital, o que tem gerado homicídios e tentativas do crime. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 RR no WhatsApp A Tren de Aragua é uma organização criminosa venezuelana que atua na América Latina. Ela foi classificada como grupo terrorista nos Estados Unidos e é alvo de operações do governo de Donald Trump. "Ao longo dos últimos anos esses venezuelanos se integraram inicialmente às facções brasileiras, e a medida em que ganharam corpo no estado, começaram a promover células próprias da facção venezuelana e começaram a dominar algumas regiões, na cidade de Boa Vista, com exclusividade na venda de entorpecentes. É esse cenário que temos hoje no nosso município", afirmou o delegado Wesley Costa, da Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas Organizadas (Draco). De 1º de janeiro até 10 de outubro, o estado registrou 39 homicídios, conforme o relatório. Dessas vítimas, 21 eram venezuelanas, entre homens e mulheres, o que representa 53,8% do total. As outras 18 (46,1%) eram brasileiras. ➡️ No mesmo período, ocorreram 66 tentativas de homicídio. Entre os alvos, 34 eram brasileiros e 32 venezuelanos. O relatório aponta que a maioria dos crimes foi cometida com arma de fogo. LEIA TAMBÉM: Jovem é assassinado com ao menos oito tiros e tem carro levado por criminosos em Boa Vista Pai e madrasta são assassinados a tiros na frente da filha de 11 anos, em Boa Vista Jovem é assassinado com tiro na cabeça na zona Oeste de Boa Vista Operação mira suspeitos de integrar facção da Venezuela ligada à morte e ocultação de corpos em cemitério clandestino Comodo da casa de Yefersson, em Boa Vista, onde ele foi morto a tiros. Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo Um dos assassinatos foi o do migrante Yefersson de Jesus Montilla Matos, de 39 anos, em janeiro. Ele foi morto a tiros em uma ocupação espontânea de migrantes indígenas no bairro Pintolândia, zona Oeste de Boa Vista, na frente dos oito filhos. A mulher dele e um filho, de 4 meses, ficaram feridos. Outro caso foi o de Eriberto José Hilarrza Agreda, de 38 anos, morto a tiros no bairro Treze de Setembro, na zona Oeste. O crime ocorreu próximo ao Posto de Triagem (PTrig) da Operação Acolhida, que atende a migrantes em busca de regularização no Brasil. Eriberto aguardava na fila para ser atendido. O documento também aponta que falhas comprometem a eficácia no combate à violência e ao crime organizado, como a falta de integração operacional entre unidades investigativas da Polícia Civil. O relatório ainda apontou uma redução no número de abordagens ostensivas feitas pela Polícia Militar. Segundo o documento, foram 100.904 mil abordagens em 2023 e 64.453 mil em 2024, uma redução de 36,12%. De janeiro a setembro de 2025, foram contabilizadas mais de 40 mil. Em nota, a Polícia Civil informou que dispõe de sistemas unificados de informação aos quais todas as unidades têm acesso, “o que garante agilidade e eficiência no trabalho investigativo”. Disse ainda que reuniões periódicas são realizadas para o alinhamento de estratégias e a criação de protocolos de atuação diferenciados, sempre que a situação exigir. “Esses protocolos são elaborados com o objetivo de assegurar que, respeitado o sigilo legal de cada investigação, o combate à macrocriminalidade seja conduzido de forma conjunta e coordenada. O sigilo, previsto na legislação penal, é indispensável à preservação da eficácia das investigações e à segurança das informações”, disse. A Polícia Militar informou que a redução nos números de abordagens policiais se deve a mudanças nos sistemas operacionais e de registro e não a uma queda real nas ações. Antes, as abordagens eram lançadas exclusivamente no sistema Canaime, mas, com a instalação do sistema de Procedimentos Policiais Eletrônicos (PPE), essa função passou a ser compartilhada entre as duas plataformas, segundo a corporação. “Outro ponto relevante é o novo entendimento dos tribunais superiores sobre a realização de abordagens policiais, especialmente sob a ótica da fundada suspeita. Esse entendimento vem sendo gradualmente incorporado pelas instituições de segurança em todo o país, inclusive pela PMRR, que tem promovido adequações em seus protocolos operacionais para assegurar a legalidade e a efetividade das ações”, ressaltou. Disputa pelo poder Segundo as investigações, a tensão aumentou após a saída de líderes conhecidos como “pranes”, que retornaram à Venezuela ou foram presos em Boa Vista. A ausência dessas lideranças, responsáveis pela logística e proteção do tráfico local, criou uma "lacuna" disputada por outros membros da facção. O objetivo dessas organizações é dominar o tráfico de drogas na região, recorrendo a homicídios e outros crimes para impor controle e espalhar medo, de acordo com os relatórios de inteligência. As investigações também identificaram que a maioria dos executores são homens entre 16 e 28 anos, com histórico de envolvimento com drogas ou com antecedentes em crimes patrimoniais ou contra a vida. Também há indícios de inserção compulsória, quando o migrante recebe ameaças feitas a familiares ou ocorre extorsão em troca de “proteção” em áreas dominadas. Também há suspeitas de colaboração ocasional com facções brasileiras, principalmente na logística de distribuição e no “empréstimo de armamento”. Crimes violentos Cova onde um dos corpos foi encontrado em cemitério clandestino, em Boa Vista. Nylo Monteiro/Rede Amazônica/Arquivo O delegado titular da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH), João Evangelista, afirmou que a brutalidade dos crimes tem preocupado as forças de segurança. “A gente não via há muito tempo uma quantidade grande de homicídios por arma de fogo. Muitos disparos, disparos à queima-roupa, disparos em vias públicas e a qualquer hora do dia. Isso tem causado uma grande preocupação e um alerta entre as instituições públicas”, explicou Evangelista. Em janeiro, a polícia encontrou um cemitério clandestino em uma área de mata entre os bairros Pricumã e Cinturão Verde, na zona Oeste de Boa Vista. No local, estavam enterradas nove pessoas. Entre as vítimas encontradas havia um homem esquartejado, ossadas, corpos em avançado estado de decomposição e duas mulheres enterradas abraçadas na mesma cova. Os primeiros corpos foram descobertos depois que um homem, de 29 anos, conseguiu fugir de uma tentativa de assassinato da facção Tren de Aragua, no dia 20 de janeiro. A investigação identificou que os responsáveis pela ocultação usavam cal para disfarçar o mau cheiro na região. Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

FONTE: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2025/10/23/policia-investiga-atuacao-de-faccao-internacional-na-morte-de-migrantes-venezuelanos-em-rr.ghtml


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