Professora adota ex-aluna e redescobre a maternidade: ‘É como se ela sempre tivesse pertencido à nossa família’

  • 25/05/2025
(Foto: Reprodução)
Helenrose conheceu Manu na escola e, desde então, o ensino se transformou em cuidado. Helenrose Oliva Valin e sua filha adotiva Arquivo pessoal "Nós fomos escolhidos por Deus e pela Manu", diz Helenrose Oliva Valin, de 55 anos, ao lembrar como a filha adotiva chegou em sua vida. Uma história que começou na sala de aula, há cerca de três anos. Neste domingo (25), em que se comemora o Dia Nacional da Adoção, você vai conhecer um vínculo de afeto entre professora e aluna que, mais tarde, se tornariam mãe e filha. 📱 Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp Manu, como é carinhosamente chamada, tinha apenas oito anos e enfrentava desafios em uma família disfuncional. Helenrose, que era professora do ensino fundamental na época, conviveu com a menina durante dois anos na escola — e, embora fosse educadora, para Manu ela significava muito mais do que isso. Com sensibilidade, Helenrose procurava, na medida do possível, acolher os sentimentos e inseguranças que a pequena levava para a sala de aula. Helenrose conheceu a filha adotiva quando atuava como professora no ensino fundamental Arquivo pessoal Durante a pandemia, após se aposentar, Helenrose se ofereceu para ajudar a aluna com as tarefas de casa, pois a escola estava fechada devido à quarentena. Manu passou a frequentar a residência da professora por alguns meses até que “sumiu”. “Eu trabalhava na Secretaria da Educação há quase 30 anos e, dois anos antes de me aposentar, decidi voltar à sala de aula, onde a conheci. Foram dois anos cuidando dela como professora, gerando um carinho especial e sofrendo ao ver como o seu contexto familiar era totalmente disfuncional”, detalha a professora, que é moradora de Presidente Epitácio (SP), ao g1. “Durante a quarentena, já aposentada da escola, resolvi me dispor a ajudá-la nas tarefas, até que ela ‘sumiu’ e tivemos a notícia de que ela tinha sido destituída da família biológica e estava morando em um abrigo”, conta Helenrose. Helenrose cuidou de Manu como professora durante dois anos Arquivo pessoal Manu havia se mudado para outra cidade com a então família, mas, depois de um tempo, o Conselho Tutelar destituiu a guarda da mãe. A pequena foi encaminhada a um abrigo, onde permaneceu por pouco mais de um ano. No abrigo, Manu passava por entrevistas com um psicólogo e, em um determinado momento, expressou que “sua professora poderia cuidar dela”. Foi quando a Vara da Infância e da Juventude decidiu ir atrás de Helenrose e descobrir quem era a mulher de quem a criança falava. “Foram me investigar, saber quem era essa professora e me deram 24 horas para decidir pela guarda. Meu coração foi a mil, mas minha família foi unânime na decisão de aceitar o desafio de torná-la parte de nossa família”, afirma a educadora ao g1. Manu chegou à família de Helenrose em 2022 Arquivo pessoal A chegada O que era ensino virou cuidado, e o que era convivência virou família. Helenrose estava com 52 anos e já tinha dois filhos adultos, a Ana Raquel e o João Marcos. Ela conta que eles ficaram empolgados com a possibilidade da chegada da Manu. “A grande verdade é que fomos escolhidos, pela Manu e por Deus. Como eles [os dois filhos] já conheciam a Manu, quando surgiu a oportunidade de trazermos ela para casa, eles ficaram empolgados e imediatamente começaram a organizar o quarto para ela. Mas todo processo durou exatamente nove meses. Foi um tempo de espera ansiosa”, descreve a professora ao g1. Os filhos biológicos de Helenrose ficaram animados com a chegada da irmã Arquivo pessoal Adaptação Embora a alegria tenha consumido os corações, Helenrose diz que sabia que não seria fácil, uma vez que a maternidade exige desafios — e a adoção tanto quanto. “Quando adotei minha filha, eu sabia que não seria fácil — ela trouxe consigo não só sua alegria, mas também marcas, medos e inseguranças — e, como educadora e mãe, conciliar os cuidados com a casa, o trabalho, os filhos adultos, e ainda ter tempo e paciência para brincar, conversar, ensinar e acolher as emoções de uma criança não é simples”, expressa. Segundo Helenrose, as dúvidas e os medos se transformaram em oportunidades Arquivo pessoal “Outro grande desafio foi a reorganização da agenda, uma vez que estava já com dois filhos adultos e com boa parte do tempo destinada a cursos e palestras que, muitas vezes, eram em outras cidades; para isso, é fundamental que tenhamos a família ao nosso lado, formando uma rede de apoio”, detalha a mãe. A educadora conta que a transição de professora para mãe foi tranquila, mas ela precisou lidar com algumas dúvidas, como, por exemplo, se daria conta. Sentimentos que se transformaram com o tempo. “Como eu já convivia com ela [Manu], a transição de professora para mãe adotiva foi bem tranquila. Mas não posso negar que sentia e passava pela minha cabeça a dúvida, se daria conta de ser mãe novamente, de acompanhar as diferentes fases do desenvolvimento, sem ficar desatualizada em relação às novidades pelas quais as crianças e adolescentes estão passando na sociedade atual. Mas essa dúvida e medo se transformaram em uma grande oportunidade”, menciona ela ao g1. Família Os desafios foram significativos, e ainda são — como em todo maternar —, mas, segundo Helenrose, ver a Manu se sentir segura e feliz dentro de casa foi o suficiente para que tudo fizesse sentido. “Algumas das alegrias foi vê-la se sentindo segura e feliz dentro da nossa casa, brincando, chamando os irmãos... como se tivesse sempre pertencido à nossa família. Saber que pude ser instrumento de Deus na vida dela — e ela, na minha família — é um presente que levo comigo todos os dias. Sem contar que ter novamente uma criança em casa já é uma razão de muita alegria, pois todos os dias tem uma novidade (risos)”, detalha a educadora. 'É como se ela sempre tivesse pertencido à nossa família', diz Helenrose sobre Manu Arquivo pessoal Transformação Hoje, Helenrose é professora universitária e escritora, e Manu está entrando na adolescência. A vida de ambas — assim como a dos irmãos de Manu — foi profundamente transformada, não apenas por mudanças práticas, emocionais e psicológicas, mas também por novas perspectivas e pela maneira de expressá-las ao mundo. “Penso que a adoção não pode ser reduzida à realização de ser mãe, pois é, acima de tudo, um chamado ao amor incondicional, à entrega diária e ao compromisso de formar vidas com propósito, fé e dignidade”, conclui ao g1 a mãe da Manu, da Ana Raquel e do João Marcos. Helenrose acredita que ser mãe adotiva é um chamado ao amor incondicional Arquivo pessoal VÍDEO: Adoção, apadrinhamento e acolhimento familiar: entenda as diferenças Adoção, apadrinhamento e acolhimento familiar: entenda as diferenças VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente Prudente Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2025/05/25/professora-adota-ex-aluna-e-redescobre-a-maternidade-e-como-se-ela-sempre-tivesse-pertencido-a-nossa-familia.ghtml


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